Covid-19 – A vida do médico frente à pandemia
Pesquisa mostra que 89% dos profissionais de saúde acreditam em uma segunda onda de infecções pelo novo Coronavírus no Brasil. Na linha de frente, o sentimento predominante é de apreensão. Ansiedade (69,2%), estresse (63,5%) e exaustão física/emocional (49%) são relatados, além de sensação de sobrecarga (50,2%). Os resultados são da terceira edição da do levantamento da Associação Paulista de Medicina (APM) sobre problemas e carências durante a pandemia e eventuais reflexos na assistência aos pacientes infectados.
Quase metade (48,9%) dos médicos que estão na linha de frente do atendimento aos infectados com Covid-19 afirma que pacientes e familiares têm pressionado por tratamento sem comprovação científica. Para 69,2%, notícias falsas (fake news), informações sensacionalistas ou sem comprovação técnica são inimigos que os médicos enfrentam simultaneamente à doença.
O levantamento ainda mostra que entre esses profissionais, 76,3% atendem, em média, por dia, até 20 ou mais pacientes com suspeita e/ou confirmação da nova doença. A maioria entre eles, 53%, têm sob sua responsabilidade até 5 doentes. Outro dado chama bastante atenção: quatro em cada dez dos médicos ouvidos já acompanharam pacientes que vieram a falecer com suspeita e/ou confirmação de Covid-19, marca bem expressiva.
A pesquisa ainda abordou outros importantes temas, como a capacitação para assistência, o temor diário dos profissionais, falta de médicos, diretrizes e insumos, o clima psicológico, subnotificação, o agravamento de outras doenças, inadequação de políticas de saúde, e outros assuntos fundamentais que pretendemos apresentar aqui futuramente.
A amostragem contou com a participação de 1.984 profissionais de todo o País, respondendo espontaneamente a questionário estruturado on-line. Destes, 60% trabalham em hospitais e/ou unidades de saúde que assistem a pacientes com Covid-19.