Como está a formação de profissionais em informática clínica?
Como bem lembrou Henrique Neves, diretor-geral do Hospital Israelita Albert Einstein e coordenador do grupo de gestão de dados do Instituto Coalizão Saúde (ICOS), em nosso webinar, há um enorme diferencial neste setor. “Há algo de especial na área de saúde: o propósito. O que fazemos impacta na vida das pessoas todos os dias”, apontou. A fala do especialista foi durante o encontro “Governança e uso de dados para uma gestão integrada de saúde”, na última semana.
Além da busca de melhor governança, avanço nos aspectos regulatórios e de padronização da informação e seu intercâmbio entre instituições públicas e particulares, outros importantes tópicos abordados no encontro permearam as práticas e éticas profissionais, além da formação de recursos humanos para a atuação em informática da saúde e tratamento das informações.
A qualificação de profissionais foi um dos assuntos mais abordados na conversa. “Quando comparamos com outros países bem menores que o nosso, como o Canadá, percebemos a discrepância. Eles têm mais de 20 cursos ligados à informática em saúde em diferentes instituições. Aqui temos menos de cinco”, comentou Renato Sabbatini, professor adjunto de Informática em Saúde na Escola Bahiana de Medicina e Diretor de Educação do Instituto HL7.
“É lamentável que tenhamos apenas um programa de doutorado na área hoje no País, da PUC- Paraná. A formação de doutores está comprometida, mas precisamos de profissionais nas diferentes áreas e níveis. Por isso, entramos com um pedido no CFM para a criação de programas de residência médica na área de Informática Clínica”, completa Beatriz Leão, co-coordenadora da Especialização em Informática em Saúde do Hospital Sírio-Libanês.
Os especialistas também concordam no que diz respeito ao papel das instituições de saúde no avanço da criação de ferramentas, alteração de processos e rotina de trabalho. “Estamos na fronteira do conhecimento e esse é o futuro do setor. Áreas como medicina de precisão, saúde populacional, prática médica baseada em evidências dependem diretamente do bom uso dos dados, tendo em vista, claro, a segurança e privacidade dos pacientes”, concluiu José Cechin, superintendente executivo do IESS.
A íntegra do webinar pode ser visto no YouTube ou ainda pelo vídeo abaixo. Seguiremos trazendo outros assuntos abordados nesse e em outros encontros.